Função motora do esôfago em pacientes com fibrose cística

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Função motora do esôfago em pacientes com fibrose cística

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Alexandra Markevich, Maria de Fátima Servidoni, Emilia da Silva Gonçalves, José Dirceu Ribeiro, Gabriel Hessel, Antonio Fernando Ribeiro, Elizete Aparecida Lomazi
Autor Correspondente: Alexandra Markevich | [email protected]

Palavras-chave: criança, fibrose cística,impedâncio-phmetria esofágica

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: A prevalência registrada de doença do refluxo gastroesofágico varia entre 35 e 81% dos portadores de Fibrose Cística (FC) e está associada à redução da função pulmonar nesses indivíduos. A relação de causa e efeito entre essas duas condições não está esclarecida, ou seja, a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é uma alteração motora esofágica primária associada à doença genética ou é secundária à doença respiratória.

OBJETIVO: Analisar parâmetros da função motora do esôfago em portadores de Fibrose Cística através da análise de dados obtidos pela impedâncio-pHmetria esofágica (MIIpH).

METODOLOGIA: Estudo prospectivo e transversal incluiu 29 crianças com FC (média de idade 60,2 +- 33 meses, variação: 32-89 meses) que foram convidadas a realizar estudo prolongado de impedâncio-pHmetria esofágica para pesquisa de DRGE. O estudo foi realizado em crianças seguidas no ambulatório de Triagem Neonatal com diagnóstico confirmado de Fibrose Cística.

RESULTADOS: Onze pacientes tinham idade inferior ou igual a dois anos, quatro pacientes apresentavam tosse crônica, nove sibilância recorrente e dois referiam os dois sintomas. Os parâmetros da MIIpH não diferiram significativamente comparados aos valores de referência em crianças saudáveis (Mousa et al., 2014). Pacientes abaixo de 2 anos de idade apresentaram maior número de episódios de refluxo ácido, comparados aos pacientes acima de 2 anos. Os parâmetros da monitorização do pH intraesofágico também não foram diferentes entre os grupos com e sem sintomas respiratórios. Pacientes que usavam maior número de medicações para doença respiratória, com 2 ou menos drogas comparados a 3 ou mais drogas apresentaram parâmetros da MIIpH significativamente mais alterados. Os parâmetros de função motora esofágica: número de refluxos ácidos e não ácidos, nas diferentes posições e clearance esofágico do ácido não diferiram dos valores desses parâmetros registrados em indivíduos saudáveis na mesma faixa etária.

CONCLUSÃO: Parâmetros da MII-pH não foram significativamente diferentes em pacientes com FC comparados a controles saudáveis. Pacientes usando maior número de drogas para doença respiratória apresentaram valores dos parâmetros da MIIpH significativamente mais alterados. Os dados dessa avaliação indicam que não existiu neste grupo alteração da função motora do esôfago, detectável na MIIpH e que, possivelmente a maior gravidade da doença respiratória associou-se a perfil mais alterado da MIIpH.