A proposta deste trabalho é tratar de questões relacionadas à lÃngua falada em sala de aula, centralizando-se nas práticas discursivas em que se destaque a argumentação. Entende-se que discussões que se fizeram em torno dos gêneros discursivos, especialmente orientados pelos estudos de Bakhtin e da LinguÃstica de texto, vêm propiciando um avanço em torno da necessidade que tem a escola de promover o ensino da lÃngua a partir da abordagem de gêneros discursivos. Nesta acepção, tanto a modalidade escrita quanto a falada merecem espaço no aprendizado, como se espera que venha ocorrendo; entretanto, acreditamos que os gêneros orais, por demandarem do professor conhecimentos especÃficos das caracterÃsticas da lÃngua falada e da interação que advém de seu uso em situações concretas, e em razão de esses estudos serem recentes entre nossos pesquisadores (não passam de três décadas), ainda devam estar muito presentes em nossas discussões. No caso deste trabalho, o recorte recai sobre um gênero da oralidade especÃfico – o debate, tendo em vista o fato de se constituir em um espaço privilegiado de construção de conhecimento, de posicionamento frente a questões que se apresentam na vida em sociedade – pontos de interesse da escola. Além de contribuir para o desenvolvimento de habilidades necessárias à s práticas sociodiscursivas determinadas, propõe-se que o ensino da argumentação nos gêneros orais se atenha à observação de estratégias selecionadas em interações na quais se destaque o jogo interacional que se delineia quando se busca persuadir o(s) interlocutor(es). O corpus constitui-se de transcrições de debates, tanto a partir de sua ocorrência em sala de aula, quanto em outros contextos, como o da mÃdia. O tratamento metodológico faz-se a partir da identificação dos argumentos e de seu uso estratégico em situações especÃficas. A discussão teórica recai sobre os trabalhos de Orecchioni (2010), Marcuschi (2004), Dolz e Schneuwly (2004), Perelman e Olbrechts-Tyteca (1996[1958]), entre outros.
This paper aims at dealing with issues related to language spoken in the classroom, focusing on discursive practices that highlight argumentation. We believe that the discussions that were made around genres, especially guided by the studies of Bakhtin and Text Linguistics, have been providing a breakthrough towards the necessity for the school to promote language teaching through the discursive genre approach. That is what we expect to be happening since both writing and spoken modalities deserve space in learning. We believe that oral genres demand that teachers acquire specific knowledge of the features of spoken language interaction that arise from its use in practical situations. Because these studies are recent among our researchers (not longer than three decades), they should still be very present in our discussions. In this paper, we focus on a specific genre of oral tradition – the debate. It is ideal for knowledge building and taking a stand at issues that arise in society, all of which is particularly important to the school. Besides contributing to the development of skills required by certain sociodiscursive practices, it is proposed that the teaching of argumentation in oral genres concentrate on the observation of selected strategies in interactions. We are particularly interested in interactions that emerge when one interaction party is trying to persuade the other. The corpus consists of the transcriptions of debates which occurred both in the classroom and in other contexts, such as the media. The methodological approach is done by identifying the arguments and their strategic use in specific situations. The theoretical discussion rests on the works of Orecchioni (2010), Marcuschi (2004), Dolz and Schneuwly (2004), Perelman and Olbrechts-Tyteca (1996 [1958]), among others.