O objetivo desse artigo é a partir da história dos conceitos, ideias e mentalidades, compreender a gênese do apolitismo no mundo medieval cristão a partir de uma interpretação da Civitas Dei agostiniana enquanto fonte literária. De modo geral, as questões que permearão o curso desse trabalho se direcionam para as seguintes indagações: 1) de que modo se deu uma completa mudança de paradigma existencial-político nesta passagem da Antiguidade Clássica para a Idade média?; 1.1) Estaria tal cisão fundada numa mudança de compreensão filosófica, engendrada pelo cristianismo, quanto à perspectiva de (re)configuração do mundo político e do papel do indivíduo/cidadão nesse contexto?; 1.1.2) Se sim, a partir de quais referências teórico-teleológicos se fundamentou tal mudança? De modo a problematizar (responder?) tais indagações, esse trabalho terá como referência um diálogo em torno do pensamento de Hannah Arendt, Max Weber e Reinhart Koselleck.
The aim of this article is to start from the history of concepts, ideas and mentalities, to understand a religion of apolitism in the medieval Christian world from the reading of Hannah Arendt, which defines sources and literary and philosophical classics of the medieval ages. In general, as questions that allow the execution or the progress of this work to the following questions: 1) what mode gave a complete change of existential-political paradigm in this passage from Classical Classics to the Middle Ages? 1.1) Would it be as a decision of change of philosophical understanding, engendered by Christianity, with perspective of (re) configuration of the political world and the role of the individual / citizen in this context? 1.1.2) If so, from which theoretical-teleological references are the changes based? In order to problematize (answer?) such questions, this work will refer to a dialogue around the thinking, especially of Hannah Arendt, seconded by Max Weber and Reinhart Koselleck