Gamificação e vigilância na constituição da subjetividade contemporânea: a (não) ficção na série Black Mirror

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ISSN: 1980-1858
Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

Gamificação e vigilância na constituição da subjetividade contemporânea: a (não) ficção na série Black Mirror

Ano: 2018 | Volume: 14 | Número: 28
Autores: Eliane Righi de Andrade, Maria Fernanda Guimarães dos Santos
Autor Correspondente: E. R. de Andrade, M. F. dos Santos | [email protected]

Palavras-chave: subjetividade, sistema de vigilância, gamificação, Black Mirror

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A era digital tem contribuído para novas formas de subjetividade e desestabilização de identidades sólidas construídas na modernidade. A sociedade em rede afeta o modo como o sujeito se constitui e se relaciona, fazendo as tecnologias se fundirem a seu modo de ser. Neste artigo, discutiremos, a partir de um recorte discursivo do episódio Nosedive, da série britânica Black Mirror, indícios dessa subjetividade que se concentram em dois dispositivos: a vigilância e a gamificação. Baseamo-nos nos estudos das sociedades de controle, principalmente de Foucault (1987; 1996; 1999) e Deleuze (2008), bem como no conceito de capitalismo de vigilância, de Zuboff (2015), que trabalha os dispositivos de poder em ação na sociedade capitalista tecnologizada. Desenvolvendo uma análise discursivo-textual do recorte, discutiremos como tais mecanismos atuam na formação do sujeito contemporâneo, para além da ficção, fazendo com que ele seja controlado e também controle, em nome de benefícios que o sistema provém e que lhe dão uma ilusória sensação de bem-estar. Em uma analogia com a ficção, percebemos que tais dispositivos em funcionamento no capitalismo fazem com que o sujeito contemporâneo viva numa constante busca de sucesso e exposição, mas que camuflam um profundo desamparo e solidão.



Resumo Inglês:

The digital age has contributed to the emergency of new forms of subjectivity and destabilized the solid identities built in modernity. The network society affects the ways the subjects constitute themselves and their relationships, making the technologies merge into their subjectivity. Using a discursive excerpt from the episode Nosedive of the British series Black Mirror, this paper proposes to discuss some traces of this subjectivity concentrated on two devices: surveillance and gamification. Our theoretical perspective is based on the studies of the societies of control, especially developed by Foucault (1987, 1996, 1999) and Deleuze (2008), as well as Zuboff's concept of surveillance capitalism (2015), where she works with the devices of power in capitalist society mediated by digital technologies. Developing a discursive-textual analysis of the excerpt, we will argue about how such devices act in the formation of the contemporary subject making him be controlled and also controls the others, on behalf of the benefits that the system provides and that give him an illusory sense of well-being. In an analogy with the fiction, we understand that such devices make the contemporary subject live in a constant search for success and personal exposure, which capitalism beckons as a necessity of the subject, but that hide his deep helplessness and loneliness.



Resumo Espanhol:

La era digital ha contribuido para las nuevas formas de subjetividad y ha desestabilizado las identidades sólidas, construidas en la modernidad. La sociedad en red afecta la manera en que el sujeto se constituye y se relaciona, haciendo que las tecnologías se mesclen a su subjetividad. En este artículo, discutiremos, sobre un recorte discursivo del episodio Nosedive de la serie británica Black Mirror, indicios de esa subjetividad que traen la serie y que se concentran en dos dispositivos: la vigilancia y la gamificación. Este trabajo fue embazado en los estudios de las sociedades de control, principalmente en Foucault (1987; 1996; 1999) y Deleuze (2008), así como en el concepto de capitalismo de vigilancia de Zuboff (2015), que habla sobre los dispositivos de poder en la sociedad capitalista mediada por las tecnologías digitales. Desarrollando un análisis discursivo-textual do recorte, hablaremos como los mecanismos actúan en la formación del sujeto contemporáneo, haciendo que él sea controlado y también control, en el nombre de los beneficios que provienen el sistema y que se los dan una ilusoria sensación de bien-estar. En una analogía con la ficción, percibimos que tales dispositivos hacen con que el sujeto contemporáneo viva en una constante búsqueda por el suceso y la exposición, pero sobre la cual se esconde un profundo desamparo y soledad.