A GEOGRAFIA FÍSICA E O OBJETO COMPLEXO: ALGUMAS FLEXIBILIZAÇÕES DO PROCESSUAL.

Geosul

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ISSN: 1033964
Editor Chefe: Maria Dolores Buss
Início Publicação: 31/12/1985
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Geografia

A GEOGRAFIA FÍSICA E O OBJETO COMPLEXO: ALGUMAS FLEXIBILIZAÇÕES DO PROCESSUAL.

Ano: 2010 | Volume: 25 | Número: 50
Autores: Rodrigo Dutra Gomes, Antonio Carlos Vitte
Autor Correspondente: Rodrigo Dutra Gomes | [email protected]

Palavras-chave: Geografia Física, objeto complexo, processual, perspectiva organizacional.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objeto complexo refere-se ao reconhecimento, enquanto princípio, ou
paradigma, de que o objeto do conhecimento científico é uma entidade complexa, em
ampliação à visão de objeto simples herdada da Renascença e Iluminismo. A Geografia
sempre viveu a influência paradigmática moderna. Em prosseguimento ao século XIX,
os avanços iniciais do século XX que corroboraram essa ampliação, como a
Relatividade, Teoria Quântica e Teorias Sistêmicas etc, foram refletidas na Geografia
pelos protagonistas da Revolução Quantitativo e Teorética, e na Geografia Física, por
exemplo, pelas proposições de A. Strahler na Geomorfologia, ambos na década de 50.
Os avanços de campos como os Sistemas Dinâmicos Não-Lineares e Física do Nãoequilíbrio,
contextualizados nos sistemas dinâmicos complexos, trazem a corroboração
da complexidade do objeto do conhecimento. Flexibiliza-se, numa realidade
fundamentalmente 'processual', as referências duais do conhecimento que são vividas
dicotomicamente. Pretende-se, de forma breve, apresentar este contexto e algumas
influências na Geografia Física com realce para a Geomorfologia. Para este sub-campo,
em expressão a uma tendência geral, reconhece-se a flexibilização e fluidez das
entidades forma/processo e abordagens geohistóricas/funcionais-dinâmicas, em favor de
uma perspectiva organizacional.



Resumo Inglês:

O século XX apresentou-se como um período de transição, ainda inacabado, de
uma visão científica estática e mecânica para uma processual e orgânica. A Teoria da
Relatividade, a Física Quântica e as Teorias Sistêmicas do início do século, vieram, na
esteira da eletrodinâmica e termodinâmica antes delas no XIX, corroborar a concepção
de realidade como essencialmente processual. Como outras ciências, a Geografia viveu
muita da influência do movimentado início do século XX nas reflexões e
acontecimentos em torno da Revolução Quantitativo e Teorética da década de 50. Mas,
por fundamentais, as heranças paradigmáticas mecanicistas de fundos renascentistas e
iluministas, expressas em noções como equilíbrio, estabilidade, simplicidade,
homogeneidade etc, que, genericamente contextualizaremos como ‘objeto (do
conhecimento) simples’, ainda continuam influenciando as condutas teóricas e práticas
de elaborações e manuseio dos modelos.