Geografia Política colaborativa das lutas indígenas conflitos e multi/transterritorialidades de r-Existência

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ISSN: 2238-0426
Editor Chefe: Francisco Horacio da Silva Frota
Início Publicação: 02/05/2011
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciência política

Geografia Política colaborativa das lutas indígenas conflitos e multi/transterritorialidades de r-Existência

Ano: 2022 | Volume: 12 | Número: 29
Autores: M.Mondardo
Autor Correspondente: M.Mondardo | [email protected]

Palavras-chave: indígenas, conflitos, bem viver, território, r-existência

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A proposta deste artigo é atribuir à Geografia Política um diálogo estimulante e intercultural com as territorialidades dos povos indígenas, no sentido de tornar-se colaborativa com as lutas sociais por território. Partimos da Geografia Política para debater como as ferramentas de análise e as práticas espaciais de r-Existência (existir para resistir enquanto indígenas) podem se tornar armas de luta por justiça social. O objetivo principal deste estudo foi a análise da luta dos Guarani e Kaiowá pelo reconhecimento e pela regularização fundiária dos tekoha. A pesquisa se orientou por trabalho de campo, entrevistas, conversas, pesquisa bibliográfica, registros e atividades em aldeias e acampamentos. Esses povos indígenas constroem multi/transterritorialidades de r-Existência contra a negação de direitos ou a desconstitucionalidade do Estado, contra o governo autoritário brasileiro e as dinâmicas violentas, espoliadoras, neodesenvolvimentistas e neoextrativistas da globalização neoliberal dos territórios corporativos do agronegócio. Tekoha é a espacialidade que corporifica e dá forma ao modo de ser Guarani, por sua relação ancestral e de práticas comunitárias, como o teko porã, na luta por direitos.



Resumo Inglês:

This article proposes to attribute to Political Geography a stimulating and intercultural dialogue with territorialities of indigenous peoples, in the sense of becoming collaborative towards the social struggles for territory. We start from Political Geography to discuss how the analysis tools and spatial practices of r-Existence (exist to resist as indigenous persons) can become weapons in the struggle for social justice. The main objective of this study has been the analysis of the Guarani and Kaiowá struggles for the tekoha’s land recognition and regularization. The study has been guided by fieldwork, interviews, conversations, bibliographic research, records and activities in villages and camps. These indigenous peoples build multi/transterritorialities of r-Existence against the denial of rights or the State’s deconstitutionality, against the Brazilian authoritarian administration, and the violent, dispossessing, neo-developmentalist, and neo-extractivist dynamics of neoliberal globalization in the corporate territories of agribusiness. Tekoha is the spatiality that embodies and shapes the Guarani lifestyle, through its ancestral relationship and community practices, such as teko porã, in the struggle for rights.



Resumo Espanhol:

Este artículo se propone atribuir a la Geografía Política un diálogo estimulante e intercultural con las territorialidades de los pueblos indígenas, en el sentido de volverse colaborativa hacia las luchas sociales por el territorio. Partimos de la Geografía Política para discutir cómo las herramientas de análisis y las prácticas espaciales de r-Existencia (existir para resistir como indígenas) pueden convertirse en armas de lucha por justicia social. El objetivo principal de este estudio ha sido el análisis de las luchas Guaraní y Kaiowá por el reconocimiento y la regularización agrario(a) de los tekoha. La investigación se ha guiado por trabajo de campo, entrevistas, conversaciones, búsqueda bibliográfica, registros y actividades en aldeas y campamentos. Estos pueblos indígenas construyen multi/transterritorialidades de r-Existencia contra la negación de derechos o la desconstitucionalidad del Estado, contra el gobierno autoritario brasileño y la dinámica violenta, despojadora, neodesarrollista y neoextractivista de la globalización neoliberal en los territorios corporativos de la agroindustria. Tekoha es la espacialidad que encarna y da forma al modo de ser Guaraní, a través de su relación ancestral y de prácticas comunitarias, como el teko porã, en la lucha por derechos.



Resumo Francês:

Cet article propose d’attribuer à la Géographie Politique un dialogue stimulant et interculturel avec les territorialités des peuples indigènes, dans le sens de devenir collaboratif envers les luttes sociales pour le territoire. Nous partons de la Géographie Politique pour discuter de la manière dont les outils d’analyse et les pratiques spatiales de r-Existence (exister pour résister en tant qu’indigènes) peuvent devenir des armes de lutte pour la justice sociale. L’objectif principal de cette étude a été l’analyse des luttes des Guarani et des Kaiowá pour la reconnaissance et la régularisation agraire des tekoha. La recherche a été guidée par des travaux de terrain, des entretiens, des conversations, des recherches bibliographiques, des archives et des activités dans les villages et les camps. Ces peuples indigènes construisent des multi/transterritorialités de r-Existence contre le déni des droits ou la déconstitutionnalité de l’État, contre le gouvernement autoritaire brésilien et les dynamiques violentes, dépossédées, néo-développementalistes et néo-extractivistes de la mondialisation néolibérale des territoires corporatistes de l’agroindustrie. Tekoha est la spatialité qui incarne et façonne le mode de vie Guarani, à travers leur relation ancestrale et leurs pratiques communautaires, telles que teko porã, dans la lutte pour les droits.