Neste artigo faço a análise fílmica de dois cortes de um filme inacabado da cineasta indígena Mbyá-Guarani Patrícia Ferreira Pará Yxapy, o filme Pará Reté, sobre sua mãe, sua filha e sua avó. Mesmo inacabado, os cortes já foram exibidos em algumas mostras e festivais. Evocando o conceito de “filme-processo”, traço como o cotidiano e a intimidade são indissociáveis do processo de realização desse filme e apontam para uma das especificidades do cinema indígena feito por mulheres. Procuro demonstrar as diferentes circunstâncias, características do trabalho de Patrícia e de seu filme que acontece junto com a vida, de maneira a refletir sobre o processo de criação do seu filme a partir das relações dela com as personagens e do diálogo com a equipe do Vídeo nas Aldeias.