Este artigo investiga os determinantes do estilo de condução da gestão financeira de curto prazo em micro e
pequenas empresas (MPEs), à luz dos fundamentos das teorias de crescimento das firmas por estágios, da visão
baseada em recursos, de crédito comercial, de agência e de custos de transação. Os dados obtidos por meio de
um survey com dirigentes de 447 MPEs dos estados de Minas Gerais e São Paulo foram analisados por técnicas
multivariadas, tendo sido identificados quatro estilos de gestão de capital de giro, que podem ser explicados por
variáveis como idade, tamanho e lucratividade da firma. Os resultados foram comparados aos obtidos por
pesquisa similar realizada com empresas do Reino Unido (Howorth & Westhead, 2003), e a evidência mostra
diferenças importantes: (a) as empresas brasileiras revisam a maioria das rotinas de capital de giro com maior
frequência que as britânicas; (b) as MPEs brasileiras ofertam menos crédito comercial que as britânicas. Essas
diferenças podem ser explicadas, pelo menos em parte, pelo maior custo do financiamento bancário das firmas
brasileiras em comparação com as britânicas.
This study investigates the determinants of the ways to conduct working capital practices in micro and small
enterprises (MSEs), using the foundations of firm life cycle, resource based view, trade credit, agency and
transaction cost theories. The data obtained from a survey with 447 MSEs from the states of Minas Gerais and
São Paulo were analyzed using multivariate techniques, and four styles of working capital management were
identified. These styles may be explained by firm characteristics such as age, size and profitability. The results
were compared to the ones obtained in a similar study with UK firms (Howorth & Westhead, 2003), and the
evidence shows important differences: (a) Brazilian firms revise most working capital management routines
more frequently than their counterparts in the UK; (b) Brazilian MSEs supply less trade credit than their British
counterparts. These differences may be explained, at least in part, by the higher cost of financing faced by
Brazilian firms compared to UK firms.