O entendimento inequívoco de que a construção de identidades sociais e coletivas passa pelo conhecimento da própria História, não no sentido de resgatá-la idealisticamente, mas de fazê-la presente como referência cultural, é um dos pontos centrais deste estudo. Nessa perspectiva, dialogando especificamente com a organização e gestão de documentos produzidos pelas universidades, tanto públicas, quanto privadas, este trabalho mapeia o estado da arte dos trabalhos acadêmicos realizados entre os anos de 2013 e 2015 nos níveis de mestrado e doutorado que abordam a educação quilombola, disponíveis no Banco de Teses da CAPES. A escolha desse período se mostrou pertinente, pois se trata dos três anos subsequentes à implantação das Diretrizes Nacionais Curriculares para a Educação Escolar Quilombola (DNCEEQ, 2012). Os resultados destacam o entendimento de que construção da identidade e corporeidade negras ainda não tem sido uma temática privilegiada pelo campo educacional e evidenciou que a Educação Escolar Quilombola é ainda um campo de disputas políticas que se efetiva de forma não linear, em meio a disputas de ideias e barreiras situacionais e institucionais que permeiam o trabalho realizado no cotidiano das escolas quilombolas, envolvendo a participação dos professores, dos quilombolas, de instâncias oficiais e da sociedade civil, destacando-se a necessidade de novas pesquisas acadêmicas e projetos de extensão.