Gestão de memórias e narrativas identitárias: conflitos e alianças em contextos interétnicos

ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste

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ISSN: 2358-5587
Editor Chefe: Marcos Aurélio da Silva
Início Publicação: 01/01/2014
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Antropologia

Gestão de memórias e narrativas identitárias: conflitos e alianças em contextos interétnicos

Ano: 2017 | Volume: 4 | Número: 8
Autores: Marta Antunes, Katiane Silva
Autor Correspondente: Marta Antunes | [email protected]

Palavras-chave: Cocama, Quilombolas, Conflitos, Território.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste texto, as autoras propõem-se a colocar em diálogo dois processos de territorialização (Oliveira, 2002; 2004) que se entrelaçam com a busca de efetivação de direitos focalizados para “novas” e “velhas” etnias, que ocorreram e ocorrem em dois contextos etnográficos distantes geograficamente, ambos atravessados por situações históricas (Oliveira, 1986;1999), que moldam e criam condições de possibilidades para que autoidentificações étnicas discordantes entre membros das mesmas “famílias” sejam acionadas. Nesses contextos a “gestão territorial” está em processo, em Auati-Paraná esta assume a forma de uma “tutela ambientalista” (Silva, 2015), administrada pelo “Estado”; e, no caso de Conceição das Crioulas, está em construção uma proposta de uma “gestão territorial comunitária” (Antunes, 2016), administrada pela associação local. Os conflitos perpassam essas gestões territoriais e informam a gestão de memórias e de narrativas identitárias, que permitem desenhar fronteiras étnicas entre parentes que sistematizam de forma diferenciada fluxos culturais que os atravessam.



Resumo Inglês:

In this text, the authors propose to put into dialogue two processes of territorialization (Oliveira, 2002; 2004) that are intertwined with the search for the realization of rights focused on “new” and “old” ethnicities, which occurred and occur in two geographically distant ethnographic contexts, both traversed by historical situations (Oliveira, 1986; 1999), which shape and create conditions for possibilities for dissenting ethnic self-identifications between members of the same "families" to be triggered. In these contexts, “territorial management” is in process, in Auati-Paraná it takes the form of “environmental protection” (Silva, 2015), administered by the “State”; and, in the case of Conceição das Crioulas, a proposal for a “community territorial management” is under construction (Antunes, 2016), administered by the local association. Conflicts permeate these territorial administrations and inform the management of memories and identity narratives, which allow drawing ethnic boundaries between relatives who systematically systematize cultural flows that cross them.



Resumo Espanhol:

En este texto, los autores proponen poner en diálogo dos procesos de territorialización (Oliveira, 2002; 2004) que se entrelazan con la búsqueda de la realización de derechos centrados en etnias "nuevas" y "viejas", que ocurrieron y ocurren en dos contextos etnográficos geográficamente distantes, ambos atravesados ​​por situaciones históricas (Oliveira, 1986; 1999), que configuran y crean las condiciones para que se activen las posibilidades de disentir las autoidentificaciones étnicas entre miembros de las mismas "familias". En estos contextos, la “gestión territorial” está en proceso, en Auati-Paraná toma la forma de “protección ambiental” (Silva, 2015), administrada por el “Estado”; y, en el caso de Conceição das Crioulas, se está elaborando una propuesta para una "gestión territorial comunitaria" (Antunes, 2016), administrada por la asociación local. Los conflictos impregnan estas administraciones territoriales e informan la gestión de los recuerdos y las narrativas de identidad, que permiten trazar límites étnicos entre parientes que sistemáticamente sistematizan los flujos culturales que los cruzan.



Resumo Francês:

Dans ce texte, les auteurs proposent de mettre en dialogue deux processus de territorialisation (Oliveira, 2002; 2004) entrelacés avec la recherche de la réalisation des droits centrés sur les ethnies «nouvelles» et «anciennes», qui se sont produits et se produisent dans deux des contextes ethnographiques géographiquement éloignés, tous deux traversés par des situations historiques (Oliveira, 1986; 1999), qui façonnent et créent les conditions permettant de déclencher des possibilités d'auto-identifications ethniques dissidentes entre les membres d'une même "famille". Dans ces contextes, la «gestion territoriale» est en cours, à Auati-Paraná, elle prend la forme d'une «protection de l'environnement» (Silva, 2015), administrée par «l'État»; et, dans le cas de Conceição das Crioulas, une proposition de «gestion territoriale communautaire» est en cours d'élaboration (Antunes, 2016), administrée par l'association locale. Les conflits imprègnent ces administrations territoriales et informent la gestion des mémoires et des récits identitaires, qui permettent de tracer des frontières ethniques entre proches qui systématisent systématiquement les flux culturels qui les traversent.