Gira-mundos: a educação ambiental no mito e o mito na educação ambiental

REMEA - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental

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ISSN: 15171256
Editor Chefe: Vilmar Alves Pereira
Início Publicação: 01/07/2014
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação

Gira-mundos: a educação ambiental no mito e o mito na educação ambiental

Ano: 2015 | Volume: 32 | Número: 1
Autores: Katia Gonçalves Castor, Martha Tristão
Autor Correspondente: Katia Gonçalves Castor | [email protected]

Palavras-chave: Educação ambiental, lógicas, orixalidades, educação ambiental, lógicas, orixalidades

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A Educação Ambiental se constitui na relação entre a natureza e a cultura de modo indissociável das relações de poder e de saber. A pesquisa se enreda na tendência da Educação Ambiental complexa, analisa os modos de fabricação das subjetividades imposta pelo discurso neocapitalista. Investiga a racionalidade herdada da sociedade moderna e explora a lógica dos referenciais afrodescendente, em específico as lógicas presentes nos terreiros da Umbanda. Problematiza o mito na Educação Ambiental e a Educação Ambiental no mito, a partir das orixalidades umbandista. Adota a pesquisa narrativa dialogando com TRISTÃO (2012) e SATO; PASSOS (2013) problematiza os processos de subjetivação a partir de FOUCAULT (1996) e busca capturar os saberes sustentáveis da noosfera umbandista MORIN (2005) influenciada por DELEUZE; GUATTARI (1996). Através das giras, seu principal ritual, evidencia como essas lógicas são acionadas para a fabricação de novos modos de percepção da relação entre a cultura e a natureza. Contribuem no processo de investigação para a produção dos dados, a realização de entrevistas abertas e semiestruturadas; o registro em cadernos de bordo; gravações em áudio e vídeo; fotografias e rodas de conversas em encontros com professores e alunos de uma escola pública próxima aos terreiros, onde problematiza os processos e mecanismos de exclusão e violência, materializados em posturas discriminatórias e de negação da cultura afro-brasileira e como essas experiências são partilhadas pelos professores e alunos no contexto de suas práticas. A aposta metodológica foi criar estratégias de narrar experiências da Educação Ambiental em espaços não formais como os espaços dos terreiros da Umbanda e espaços formais como a escola, através das orixalidades em narrativas, na busca de zonas de confiança e na invenção de encontros mais solidários, por escutas mais sutis e híbridas e de novos sentidos de alianças que dissolvam pontos de vistas e desestabilizem discursos do eixo dominante, como forma de exercício do pensamento para abertura de lógicas silenciadas historicamente. Conclui que lógicas complexas incluem as existências infames e obscurecidas pela lógica oficial. Lógicas complexas buscam ver os efeitos dos modos como nós próprios fomos constituídos. A fé-eco-lógica presente nas orixalidades em narrativas potencializou a desconstrução dos regimes de verdade e subverteu a monocultura de lógicas.



Resumo Inglês:

Environmental Education is the relationship between nature and culture in the way inseparably from the relations of power and knowledge. The research is entangled in the trend of complex Environmental Education, examines the modes of production of subjectivities imposed by neo-capitalist discourse. Investigates the rationality inherited from modern society and explores the logic of African descent referential, in specific the logic present in the yards of Umbanda. Questions the myth in Environmental Education and Environmental Education in myth, from umbandista orixalidades. Adopts the narrative research dialoguing with TRISTÃO (2012) and SATO; PASSOS (2013) discusses the processes of subjectivity from FOUCAULT (1996) and seeks to capture the sustainable knowledges of umbandista noosphere MORIN (2005) influenced by DELEUZE; GUATTARI (1996). Through the giras, their main ritual, demonstrates how these logics are driven to manufacture new modes of perception of the relationship between culture and nature. Contribute in the research process for the production of data, the realization of open and semi-structured interviews; registration in notebooks board; audio and video recordings; photographs and wheels conversations in meetings with teachers and students at a public school near the terraces, which discusses the processes and mechanisms of exclusion and violence, embodied in discriminatory attitudes and denial of african-Brazilian culture and how these experiences are shared by teachers and students in the context of their practice. The bet methodological was to create strategies of narrating experiences of Environmental Education in non-formal spaces as the spaces of the yards of Umbanda and in formal spaces like school, through orixalidades in narratives, seeking areas of trust and in the invention of meetings with more solidarity, for more subtle and hybrid eavesdropping and new senses of alliances that dissolve views and destabilizing discourses of dominant axis, as a form of exercise the mind for the opening historically silenced logical. Concludes that complex logic include the infamous stock and obscured by the official logic. Complex logical seek to see the effects of the ways we ourselves were made. The faith-eco-logic present in the narratives in orixalidades enhanced the deconstruction of truth regimes and overthrew monoculture logical.