Este artigo apresenta reflexões oriundas de minha pesquisa de mestrado concluída em 2013 junto ao
PPGE-PUC-Rio. A mesma procurou reconhecer e analisar a dimensão política de práticas sociais, por
meio de estudo de caso, junto a um grêmio de estudantes. A partir da reunião e análise de dados
qualitativos levantados em campo, pude observar o envolvimento do grêmio em uma espécie de jogo
político escolar, caracterização justificada pela presença de dois lados (o grêmio e a escola), em disputa
por espaços de atuação em um território comum (o colégio). A política, neste sentido, foi concebida
como prática cotidiana e experiência formativa, espaço de vivência e da relação com o outro, ancorada
nas perspectivas da estratégia de convivência (PARO, 2002) e na relação amigo-inimigo (BOBBIO, 1986;
SCHMITT, 1992). No caso estudado, concluiu-se que, a partir de seu envolvimento no jogo político
escolar, os estudantes buscavam transformar seu cotidiano educacional, utilizando negociação e
barganha na disputa por espaços de atuação e maior liberdade de ação em sua escola, prática
reconhecida como possuidora de forte dimensão política, conferindo às instituições de ensino potencial
considerável na construção de uma experiência política formativa nos estudantes.