O grafite é um modo de apropriação do espaço urbano e pode ser considerado um ato de interação, produtor de sentidos e de significados sociais. Assim como os outdoors, os diversos tipos de grafite se localizam em um ambiente público de grande visibilidade. Enquanto o outdoor é aceito e previsto pelo status quo e visa criar novos consumidores, o grafite geralmente se localiza em espaços não autorizados pelo Estado e, é muitas vezes considerado um ato de vandalismo. Em nossa pesquisa pretendemos estudar algumas ressonâncias dos grafites urbanos. O objetivo desta investigação é verificar se esta forma de apropriação do espaço urbano, feita por grafiteiros, gera produção de subjetividade e resistência à lógica hegemônica do capitalismo e, também, verificar se ele produz novas referências culturais. Nossa metodologia é qualitativa e utiliza a Análise de Discurso (Resende e Ramalho, 2009) para analisar algumas fotografias tiradas de imagens grafitadas. Utilizamos como referencial teórico o conceito de resistência Foucaultiano, pois nossa hipótese diz respeito aos grafismos como produtores de um novo tipo de subjetividade e de circulação de novas ideias na sociedade. Os resultados iniciais indicam que a produção de grafites no espaço urbano promove diferentes tipos de interações intersubjetivas entre as pessoas e possibilitam diversas novas formações no imaginário social.