Gramática Funcional

Guavira Letras

Endereço:
Avenida Ranulpho Marques Leal, 3484 - Distrito Industrial II
Três Lagoas / MS
79613-000
Site: http://www.guaviraletras.ufms.br
Telefone: (67) 3509-3701
ISSN: 1980-1858
Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

Gramática Funcional

Ano: 2011 | Volume: 7 | Número: 13
Autores: Christian Lehmann
Autor Correspondente: C. Lehmann | [email protected]

Palavras-chave: gramática funcional, gramática estrutural, gramaticografia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Embora exista um modelo bem conhecido de descrição linguística (a saber: Gramática Funcional), o título na verdade se refere a um conceito de gramaticografia num sentido mais amplo, que é essencialmente independente de modelos particulares de descrição. Dadas as abordagens complementares para a análise e descrição linguística, como, a abordagem funcional onomasiológica ou semasiológica, 95% das gramáticas publicadas atualmente são gramáticas estruturais. Isso inclui tanto as gramáticas puramente estruturais na tradição do estruturalismo americano, incluindo gramática gerativa (na medida em que produziu descrições gramaticais), quanto as gramáticas que consideram o significado e a função das construções descritas. Para analisar as expressões linguísticas, a maioria dessas gramáticas começa pela estrutura, para, então, chegar chegar ao seu significado ou à sua função. Essa é a abordagem semasiológica. Uma gramática onomasiológica (ou funcional) começa pelos conceitos, operações e funções subjacentes à linguagem e analisa as estratégias e construções que, em uma língua particular, são usadas para codificar as informações gramaticais. Essa é a abordagem adotada pelos 5% restantes. Este desequilíbrio é lamentável, uma vez que os usuários consultam uma gramática, tanto na qualidade de falante quanto na de ouvinte, mas apenas uma gramática funcional corresponde ao ponto de vista do falante. Por isso, é importante que mais descrições linguísticas utilizem essa abordagem. Uma das razões para ser tão raramente utilizada nos estudos linguísticos é porque não há uma tradição linguística (filologica e estruturalmente orientada), no sentido de que não existe uma base científica para a abordagem funcional. Este texto busca negar essa suposição. Há, até o momento, tanto uma base teórica sólida para uma gramática funcional quanto um grande conjunto de domínios funcionais específicos para dar suporte a uma descrição de base onomasiológica. Isso será ilustrado a partir do domínio funcional do nexo (combinação). É dada especial atenção à relação de complementaridade entre a gramática funcional e estrutural.



Resumo Inglês:

Although there is a well-known model of linguistic description by the name of the title of this article (Functional Grammar), the title actually refers to a grammaticographic concept in a wider sense which is essentially independent of particular models of description. Given the complementary approaches to linguistic analysis and description, viz. the onomasiological alias functional and the semasiological alias structural approach, 95% of the grammars published to this day are structural grammars. This is true both of the purely structural grammars in the tradition of American structuralism, including Generative Grammar (to the extent it has produced grammatical descriptions), and of grammars that do include the meaning and function of the constructions described. The far majority of these grammars start from the structures of linguistic expressions, analyze these and thus arrive at their meaning or function. That is the semasiological approach. An onomasiological (or functional) grammar starts from the concepts, operations and functions underlying language and seeks the strategies and constructions which in the particular language code and fulfill them. That is the approach taken by the other 5%. This imbalance is unfortunate, because users consult a grammar both in their capacity as speakers and as hearers; but only a functional grammar corresponds to the point of view of the speaker. It is therefore important that more linguistic descriptions take this approach. One of the reasons why it is so seldom taken is that there is an inveterate tradition in (both philologically and structurally oriented) linguistics to the effect that a scientific basis for a functional approach does not exist. The lecture will falsify this assumption. There is, by now, both a sound theoretical basis for a functional grammar and a large set of specific functional domains which are known in sufficient detail to base an onomasiological description on. This will be illustrated from the functional domain of nexion (whose structural counterpart is complex sentence formation). Particular attention is paid to the complementary relationship between functional and structural grammar.