A GRAMATICALIZAÇÃO DO CONECTOR CONSECUTIVO “CHEGA” NO FALAR FORTALEZENSE

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ISSN: 1983-3431
Editor Chefe: Marly Catarina Soares, Márcia Cristina do Carmo
Início Publicação: 30/04/1979
Periodicidade: Semestral

A GRAMATICALIZAÇÃO DO CONECTOR CONSECUTIVO “CHEGA” NO FALAR FORTALEZENSE

Ano: 2021 | Volume: 43 | Número: Não se aplica
Autores: Júlio César Lima Moreira
Autor Correspondente: Júlio César Lima Moreira | [email protected]

Palavras-chave: gramaticalização, conector consecutivo, chega.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Expomos no presente trabalho um fenômeno de mudança linguística, observado no falar de Fortaleza. A partir de algumas amostras observadas no falar fortalezense, coletadas pelo autor, e outras do corpus linguístico do NORPOFOR, tomamos por hipótese que, em orações subordinadas, a construção gramatical fonte “que chegou a”, encontrada em orações subordinadas consecutivas, sofreu um processo que levou à sua gramaticalização, resultando como produto a forma “chega” invariável e com valor de conector consecutivo. A partir disso, buscamos traçar um provável percurso dessa mudança e desenvolver argumentos que confirmem, plausivelmente, que a forma “chega”, no contexto acima descrito, a partir da construção gramatical “que + chegar (flexionado) + a”, assumiu outra função, indicar a consequência do fato expresso na oração anterior. Adotamos uma perspectiva teórica plural fundamentada em conceitos da Sociolinguística, da Linguística Centrada no Uso; no modelo teórico da Gramática das Construções e do Funcionalismo Linguístico, de cujo conceito de gramaticalização nos valemos.



Resumo Inglês:

In the present work, we expose a phenomenon of linguistic change, observed in the speech of Fortaleza. From some data observed in the speech of Fortaleza, collected by the author, and others obtained from the linguistic corpus of the NORPOFOR, we assume that, in subordinate clauses, the sequence “que + chegar (inflected) + a” (literally, “that comes to”), suffered a process that led to its grammaticalization, resulting in “chega” (literally, “it comes”), invariable and with the value of a consecutive connector. From this, we seek to trace a probable path of this change and develop arguments that plausibly confirm that the form “chega”, in the context described above, from the grammatical construction “que + chegar (inflected) + a” assumed another function, to indicate the consequence of the fact expressed in the previous clause. We adopted a plural theoretical perspective based on concepts of Sociolinguistics, of the Usage-Centric Linguistics, in the theoretical model of the Grammar of Constructions, and of the Linguistic Functionalism, whose concept of grammaticalization we used.