Neste artigo apresento um relato crítico sobre a greve de estudantes, docentes e trabalhadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) no ano de 2015 a partir da discussão sobre os desafios de mobilização na pós-graduação. Essa greve aconteceu no marco dos primeiros cortes orçamentários realizados ainda no início do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, que afetou o equilíbrio financeiro das reitorias, resultando em atraso no pagamento de salários e bolsas. Para entendermos através de que mecanismos a redução do repasse impacta a universidade federal, analisamos a relação existente entre a greve de 2015 e o processo de desmonte do programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), razão medular para a organização da luta política relatada. Apresento também as lições aprendidas em um cenário de severos ataques à universidade pública a fim de apontar soluções para o problema da organização dos alunos de pós-graduação, que historicamente não conseguem se articular em defesa dos próprios interesses.