O artigo tematiza as operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante os governos FHC II (1999-2002) e Lula I (2003-2006). Pressupondo divergência político-ideológica entre as gestões, a pesquisa questiona se houve diferença na condução das operações de GLO. O objetivo do trabalho é refletir sobre a atuação das Forças Armadas na gestão da segurança pública brasileira, curiosamente fomentada por governos civis democraticamente eleitos. Para o desenvolvimento da pesquisa, procedeu-se à revisão bibliográfica do objeto proposto e à consulta à legislação pertinente e ao acervo documental do Ministério da Defesa sobre as operações de GLO. Este trabalho é composto por três partes: a primeira contextualiza o mecanismo da GLO no ordenamento jurídico brasileiro; a segunda descreve o emprego das operações de GLO, no período delimitado, em consulta ao acervo mencionado; e a terceira aprofunda o debate sobre a militarização da segurança pública e suas implicações à cidadania e à democracia. Desse modo, o artigo prioriza uma análise comparativa entre os governos mencionados e aprofunda a discussão à luz de reflexões criminológicas sobre segurança pública, criminalidade e violência. Em conclusão, a pesquisa constata que ambas as gestões favoreceram a militarização da segurança pública mediante o emprego recorrente de tais operações, as quais reforçam o controle social e afetam o exercício da cidadania.
This paper examines the operations of Guarantee of Law and Order (GLO) during the FHC II (1999–2002) and Lula I (2003–2006) administrations. Assuming a political-ideological divergence between the two governments, the research investigates whether there were differences in the conduct of GLO operations. The aim is to reflect on the role of the Armed Forces in the management of public security in Brazil—an approach notably promoted by democratically elected civilian governments. The study is based on a bibliographic review, as well as an analysis of relevant legislation and official documents from the Ministry of Defense concerning GLO operations. The paper is structured in three parts: the first contextualizes the GLO mechanism within the Brazilian legal framework; the second describes how GLO operations were implemented during the specified period; and the third explores the broader implications of the militarization of public security for citizenship and democracy. Ultimately, the article conducts a comparative analysis of the two administrations and deepens the discussion through criminological perspectives on public security, crime, and violence. The findings indicate that both governments contributed to the militarization of public security through the recurrent use of GLO operations, reinforcing social control and impacting the exercise of citizenship.
El artículo aborda las operaciones de Garantía de la Ley y del Orden (GLO) durante los gobiernos de FHC II (1999-2002) y Lula I (2003-2006). Suponiendo una divergencia político-ideológica entre las gestiones, la investigación cuestiona si hubo diferencias en la conducción de las operaciones de GLO. El objetivo del trabajo es reflexionar sobre la actuación de las Fuerzas Armadas en la gestión de la seguridad pública brasileña, curiosamente fomentada por gobiernos civiles elegidos democráticamente. Para el desarrollo de la investigación, se realizó una revisión bibliográfica del objeto propuesto, así como una consulta a la legislación pertinente y al acervo documental del Ministerio de Defensa sobre las operaciones de GLO. Este trabajo se compone de tres partes: la primera contextualiza el mecanismo de la GLO en el ordenamiento jurídico brasileño; la segunda describe el empleo de las operaciones de GLO, en el período delimitado, mediante la consulta al acervo mencionado; y la tercera profundiza en el debate sobre la militarización de la seguridad pública y sus implicaciones para la ciudadanía y la democracia. De este modo, el artículo prioriza un análisis comparativo entre los gobiernos mencionados y profundiza la discusión a la luz de reflexiones criminológicas sobre seguridad pública, criminalidad y violencia. En conclusión, la investigación constata que ambas gestiones favorecieron la militarización de la seguridad pública mediante el uso recurrente de tales operaciones, las cuales refuerzan el control social y afectan el ejercicio de la ciudadanía.