O fenômeno da globalização, em grande medida, implica a homogeneização de estratégias e práticas, em busca de maior eficiência e/ou legitimidade. No contexto atual, diversos tipos de organizações inserem-se no mercado global. Todas assumem, assim, a obrigação de prestar contas acerca de suas operações e resultados, para um amplo conjunto de stakeholders. Neste cenário, a contabilidade assume papel informacional estratégico, através de técnicas que retratem a posição econômica e a financeira das organizações para os diversos usuários. Verifica-se, porém, um paradoxo, pois, apesar da necessidade de os relatórios contábeis serem cada vez mais globalizados, cada país tem práticas contábeis próprias. O estudo tem como objetivo analisar a relação entre a globalização e o processo de harmonização contábil internacional. A metodologia alinha-se ao modelo de compilação, quando se busca compulsar criticamente parte significativa da literatura pertinente disponível e expô-la de forma clara. Conclui-se que a globalização atua como mecanismo de isomorfismo. O início do processo de harmonização contábil se deu sob o choque da globalização, no início da década de 1990. Como sistema normativo, a governança corporativa constitui, também, um mecanismo de isomorfismo, contribuindo para a convergência das normas contábeis.