Essas considerações visam discutir a dicção do sublime na poesia de Augusto dos Anjos, cujas particularidades parecem responder à percepção da crise do ideal. A abertura da linguagem a uma dimensão transcendente, na poesia de Augusto dos Anjos, revela pontos de contato com a representação do baixo, renovando a dicção do sublime ao aproximá-la do grotesco. A poesia de Augusto dos Anjos encontra na articulação entre dispositivos do sublime e do grotesco plataforma para a renovação da linguagem a serviço da grandeza, não mais acessível aos meios tradicionais do discurso da elevação. Revela-se em Augusto dos Anjos uma modalidade expressional que convencionamos chamar de sublime hediondo, dicção poética que busca o engendramento do efeito sublime por meio do arrebatamento brutal.
These considerations aim to discuss the diction of the sublime in Augusto dos Anjos’ poetry, whose particularities seem to respond to the perception of the crisis of the ideal. The opening of language to a transcendent dimension, in Augusto dos Anjos’ poetry, reveals contact points with the representation of the low, renewing the diction of the sublime when it approaches the grotesque. Augusto dos Anjos’ poetry finds in the articulation between devices of the sublime and the grotesque a platform to renew the language in the service of greatness, no longer accessible to the traditional means of elevation discourse. Augusto dos Anjos reveals an expressional modality that we call the hideous sublime, a poetic diction that seeks to create the sublime effect through brutal rapture.