Hegel e a certeza sensível

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ISSN: 2178-1036
Editor Chefe: José João Neves Barbosa Vicente
Início Publicação: 30/06/2010
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Filosofia

Hegel e a certeza sensível

Ano: 2021 | Volume: 21 | Número: 1
Autores: SILVA, Anderson Aparecido Lima da
Autor Correspondente: SILVA, Anderson Aparecido Lima da | [email protected]

Palavras-chave: Hegel; Certeza sensível; Dialética; Mediação; Linguagem; Experiência.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste artigo consiste em acompanhar parte da trajetória da experiência da consciência na filosofia hegeliana, tomando como ponto de incisão a subseção “Certeza-sensível ou o isto ou o visar” da Fenomenologia do Espírito. Num primeiro momento, trataremos de expor o que Hegel denomina “consciência natural”, tomando por base seu dito “saber imediato”. Com isso, analisaremos a relação cognitivo-instrumental tecida entre a consciência e o objeto da consciência, notadamente quando o objeto é posto como essencial, a saber, como o “Isto”. Ao ser visado, o “Isto” revela-se como um “Isto-aqui-agora”, como algo que traz em si sua negação, isto é, como um processo de mediação ancorada na universalidade contida na particularidade. Essa noção de universal impõe à “consciência imediata” uma série de premissas que esta não poderia aceitar sob o risco de se descaracterizar. A principal dentre elas diz respeito à impossibilidade de dizer seu objeto e, por conseguinte, de aspirar a constituir-se enquanto conhecimento. Por fim, destacamos que o malogro instrutivo dessa primeira forma de saber que denomina a si mesmo uma “certeza” expõe o caráter pedagógico do procedimento dialético desenvolvido na Fenomenologia do Espírito: o da consciência que se aperfeiçoa com as ilusões que perde na imanência de suas experiências, de seus fracassos e superações, isto é, no próprio ato de experienciar.



Resumo Inglês:

The purpose of this article is to follow a precise period of the trajectory of the experience of consciousness in Hegelian philosophy. It was chosen the subsection “sense-certainty or this or the aiming” of the Phenomenology of Spirit as standpoint. In a first moment, the aspects that Hegel calls “natural conscience”, based on his “immediate knowledge” are underscored. Since such perspective, it is analyzed the cognitive-instrumental relationship between consciousness and the object of consciousness, notably when the object is considered essential, namely, as "This". In as much as it is targeted, the “This” reveals itself as an “This-here-now” as something that carries itself its negation, that is, the “this" has the role of a mediation process anchored in the universality contained in the particularity. This notion of universal imposes on the “immediate conscience” a set of premises that it could not accept under the risk of being mischaracterized. The main aspect amid them concerns the impossibility of saying what its object is and, therefore, aspiring to constitute itself as knowledge. Finally, it is highlighted that the failure of this first form of knowledge that calls itself a “certainty” exposes the pedagogical character of the dialectical procedure developed in the Phenomenology of the Spirit: the consciousness improves itself with its own illusions, losing itself under the immanence of its experiences, its failures and the process of overcoming, upon on the act of experiencing.