Heidegger e o problema da dor nos “Cadernos negros”

Natureza Humana Revista Internacional de Filosofia e Psicanálise

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ISSN: 2175-2834
Editor Chefe: Zeljko Loparic
Início Publicação: 31/05/2015
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Filosofia

Heidegger e o problema da dor nos “Cadernos negros”

Ano: 2016 | Volume: 18 | Número: 1
Autores: Anna Luiza Coli
Autor Correspondente: A. L. Coli | [email protected]

Palavras-chave: dor ontológica; antissemitismo onto-historial; maquinação.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A presente contribuição parte dos quatro volumes recém-publicados nas Obras
completas de Heidegger – os chamados “Cadernos negros” –, a fim de analisar o modo como o
conceito de dor se apresentou e se desenvolveu no contexto da narrativa onto-histórica que
caracterizou o pensamento heideggeriano dos anos 1930 até finais da década de 1940. Iniciado
quase simultaneamente à redação das “Contribuições à filosofia”, esses manuscritos revelam o
papel decisivo que o antissemitismo onto-historial desempenhou tanto no estabelecimento quanto
no derradeiro abandono da narrativa da história de Ser pautada pelo maniqueísmo e pela
polarização entre gregos e alemães de um lado, e judaísmo e a “maquinação” de outro. Por fim,
se oferece uma interpretação sobre os diferentes tipos e níveis de dor que Heidegger nos apresenta
ao longo desse material.



Resumo Inglês:

: The present paper takes as its basis the four recently published volumes from
Heidegger’s Gesamtausgabe – the so called “Black Notebooks” – in order to analyse how the
concept of pain (Schmerz) was presented and developed in the context of the ontohistorical
narrative, which characterized the heideggerian thought from the early 1930s to the late 1940s.
Initiated almost simultaneously to the writing of “Contributions to philosophy”, those manuscripts
reveal the essential role played by an ontohistorical anti-semitism to establish the narrative of the
history of Being as well as to abandon it. This narrative was based on a manichaeism and on a
polarization between Greeks and Germans on the one hand, and on judaism and machination on
the other. Finally, we suggest an interpretation of the different types of pain as presented by
Heidegger along this compendium.