Este ensaio se propõe a apresentar o debate entre Jürgen Habermas e Hans-Georg Gadamer que se estendeu dos anos 60 até 80 do século passado. Um debate iniciado a partir da publicação em 1960 da obra "Verdade e Método" de Gadamer e que ao tomar forma de um diálogo filosófico resultou em crÃtica, réplica e tréplica, que não apenas esclareceram as proximidades e possibilidades de trabalho conjunto entre a Hermenêutica e a Teoria CrÃtica, mas também formalizaram o distanciamento e as impossibilidades de entendimento dessas duas correntes teóricas. O foco do debate entre os dois autores refere-se principalmente a ênfase dada por Gadamer aos preconceitos e a autoridade na construção da realidade. Esta ênfase serviu de ponto de reflexão para Habermas em sua crÃtica da técnica e da ciência entendidas como aparelhos de manutenção do status quo. Habermas questiona se o modelo hermenêutico pode recuperar o compromisso da emancipação humana para o conhecimento.