O presente trabalho começa por analisar a literatura em torno do fenômeno da financeirização em países emergentes. Parte-se da hipótese que a dependência global do dólar estadunidense gera um ciclo global de liquidez que cria uma série de “impulsos” a financeirização em países emergentes. Na interação com atores e instituições domésticas, estes impulsos são amplificados e não só deixam países emergentes mais vulneráveis à mudanças nos fluxos de capitais, mas também moldam os mercados de crédito e a maneira através da qual as empresas não financeiras se endividam. Neste sentido, o caso do Brasil é analisado com o intuito de exemplificar tal dinâmica. Argumenta-se que a ‘financeirização’ em países periféricos é um fenômeno qualitativamente diverso devido a posição destes países na hierarquia financeira e monetária internacional.