A escrita de biografias e autobiografias é uma parte importante da historiografia argentina. No século XIX, elas procuravam apresentar a vida e as virtudes de potenciais candidatos à liderança nacional, conectando-os a uma experiência histórica diferente daquela dos caudillos e montoneras. Porém, é notável nessas narrativas as sérias dificuldades enfrentadas pelos intelectuais argentinos em formular uma narrativa histórica que pudesse conciliar os universos da cidade e do pampa. Historiadores nacionalistas do século XX, como Ricardo Rojas, assumiram esse projeto, produzindo biografias de “grandes homens†da história argentina que tivessem sintetizado e harmonizado em si mesmos os elementos em conflito da história nacional. Este artigo procura discutir a biografia de Domingo Sarmiento, El profeta de la pampa, examinando as estratégias usadas por Rojas para mostrar Sarmiento como um homem representativo, que traz em si elementos indÃgenas, gaúchos e criollos.
The writing of biographies and autobiographies is an important part of Argentinean
historiography. In the nineteenth century, they sought to present the life and virtues of potential
candidates for national leadership, connecting them to a historical experience different from
that of the caudillos and montoneras. However, it is remarkable in these works some of the hard
difficulties faced by the Argentinean intellectuals to formulate an historical narrative which could
conciliate the universes of the cities and the pampas. Twentieth century nationalist historians
such as Ricardo Rojas embraced this project, producing biographies of “great men†of Argentinean
history who synthesized and harmonized in themselves the conflicting elements of national
history. This article discusses the biography of Domingo Sarmiento, El profeta de la pampa,
examining the strategies used by Rojas to show Sarmiento as a representative man who brings
in himself indigenous, gaucho and criollo components.