Pensar a história de Israel é um dos procedimentos fundamentais para se estudar a Sagrada Escritura judaico-cristã. Particularmente, desde os primórdios do cristianismo houve grande interesse pelo povo de Jesus e sua história, até mesmo em virtude da sacralidade que envolve a história de Israel. Muitas teorias têm sido formuladas ao longo dos anos; com o advento dos avanços da arqueologia, especialmente aplicada ao estudo bíblico, muitas revelações surgem, trazendo novas questões ao ensino e estudo dessa história. Assim, em meados do século XX, apesar de já haverem escavações que traziam novas perspectivas, predominou entre os estudiosos e no ensino o entendimento e transmissão de que tenha havido um reino unido em Israel sob os governos de Saul, Davi e Salomão. Propagou-se a partir do texto bíblico e suas análises um império judaíta sob o reinado de Davi e Salomão; as riquezas das edificações de Salomão têm sido causa de admiração de muitos estudiosos. Porém, com o avanço das escavações, inclusive com a independência da arqueologia em relação a correntes maximalistas e minimalistas, vemos ser desenterrada outra história. Uma na qual os povos de Samaria e Jerusalém tiveram processos históricos independentes até a queda da Samaria (722 AEC); seus contatos eram de povos vizinhos, que às vezes faziam alianças, outras vezes guerreavam entre si. O desafio das descobertas arqueológicas prontamente se coloca também ao ensino, de modo que exige uma revisão bibliográfica e maior acatamento da cientificidade do estudo bíblico.
Thinking about the history of Israel is one of the fundamental procedures for studying the Judeo-Christian Sacred Scripture. Particularly, since the beginnings of Christianity there has been great interest in the people of Jesus and their history, even because of the sacredness that surrounds the history of Israel. Many theories have been formulated over the years; with the advent of advances in archeology, especially applied to biblical study, many revelations arise, bringing new questions to the teaching and study of this history. Thus, in the mid-twentieth century, despite excavations that brought new perspectives, the understanding and transmission that there was a united kingdom in Israel under the governments of Saul, David and Solomon prevailed among scholars and teaching. From the biblical text and its analysis, a Judaite empire under the reign of David and Solomon spread; the riches of Solomon's buildings have been a cause of admiration for many scholars. However, with the advance of excavations, including the independence of archeology in relation to maximilaist and minimalist currents, we see another story being unearthed. One in which the peoples of Samaria and Jerusalem had independent historical processes until the fall of Samaria (722 B.C.); their contacts were from neighboring peoples, who sometimes made alliances, other times warred with each other. The challenge of archaeological discoveries is readily posed to teaching as well, in a way that requires a bibliographical review and greater acceptance of the scientificity of biblical study.