As décadas iniciais da III República Francesa (1870-1940) foram responsáveis por uma extraordinária e duradoura mudança no cenário educacional daquele paÃs na luta contra o analfabetismo. A promulgação de novas leis, sob a égide de Jules Ferry, ministro da Instrução Pública (1879-1881), reorganizará o ensino primário francês, tornando-o gratuito, laico e, principalmente, obrigatório.No Brasil do inÃcio do século XX, quando a nação experienciava os primeiros resultados de uma década do regime republicano, também a instrução pública primária receberá novos contornos determinados pelas autoridades de ensino. Foi neste duplo cenário de profundas transformações polÃtico-educacionais desses paÃses que uma questão em comum foi colocada aos seus dirigentes. Em qual espaço esta nova escola primária deveria residir e como deveriam ser construÃdos seus prédios de modo a respeitar as regras de uma moderna pedagogia necessária à educação de crianças. Para nos ajudar nas análises dos desdobramentos de tais questões, recorremos a um conjunto diversificado de fontes publicadas entre os anos de 1880 e 1910 composto por decretos, regimentos, circulares e instruções para a construção e localização de edifÃcios escolares nos dois paÃses. Esse estudo visa perceber como a realidade brasileira, em especial aquela do estado de Minas Gerais, manteve aproximações com as polÃticas de construções de prédios escolares da França.