Principalmente no que diz respeito ao trabalho feminino, através do aumento de sua participação em diversas atividades econômicas e profissionais. No Brasil, esse processo vem ocorrendo desde a metade dos anos 1970, e representa uma nítida mudança não só de natureza demográfica, mas também nos padrões culturais da sociedade. O trabalho bancário é um exemplo claro dessas modificações, pois caracterizou-se como uma atividade de notável presença masculina. Contudo, a profissionalização das mulheres nos bancos permitiu uma reconfiguração do setor. O presente artigo, objetiva analisar essas experiências femininas no mercado de trabalho bancário piauiense, nas décadas de setenta e oitenta. Assim, a partir das narrativas das trabalhadoras bancárias, buscamos compreender suas trajetórias de ingresso nos bancos públicos e privados do Estado do Piauí, destacando aspectos relacionados a profissionalização, a escolarização e ao cotidiano de trabalho. Isso possibilita visibilidade as mulheres, ao destacarmos essa atuação no espaço público, sob a perspectiva do trabalho contemporâneo. Para tanto, utilizamos a metodologia da história oral, ou seja, entrevistas orais temáticas, articuladas com as fontes documentais disponibilizadas no arquivo do Sindicato dos Bancários do Piauí. Além disso, o diálogo teórico com outros pesquisadores como Maria Rosa Lombardi, Heleieth Saffioti, Maria Izilda Matos, Andrea Borelli, Jean-Pierre Rioux, Janaína Amado, Verena Alberti, entre outros, foi fundamental para compreensão dessa temática.