O presente trabalho é resultado de um projeto de iniciação cientifica (PIBIC jr.) realizado pelo Instituto Federal do Amazonas. A proposta desta pesquisa situa-se no contexto dos estudos antropológicos ligados aos povos e comunidades tradicionais da Amazônia. A cidade de Lábrea, localizada no interior do estado do Amazonas, na região conhecida como Médio Purus. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Lábrea possui uma população estimada em 2019, de 49.069 habitantes. Dentre os diversos espaços sociais existentes na cidade, escolhemos o bairro “Beira Mar”, como objeto e espaço de pesquisa. O bairro é formado por palafitas, seus moradores dialogam diretamente com a dinâmica das águas. Tendo em parte do ano as casas praticamente submersas pelas águas do rio Purus, Ituxi e do igarapé Caititu. O objetivo da pesquisa foi buscar narrativas que nos ajudassem a pensar historicamente no processo de ocupação que deu origem ao local conhecido como bairro “Beira-Mar”. Situa-se na perspectiva de tecer um diálogo antropológico, no sentido de identificar quem são os agentes sociais que vivem nesse espaço social, embora não seja oficializado como bairro, é efetivamente considerado bairro, por seus moradores. O trabalho de campo se pautou na busca de compreender a dinâmica histórica de ocupação do espaço social, a origem, as trajetórias e os enfrentamentos vividos pelos moradores, com destaque para questões relacionadas à pandemia da COVID 19.