Quando se pensa na ideia de revelação, não eÌ possiÌvel dissociaÌ-la de outros conceitos, como histoÌria, passado, tempo, entre outros. Ao tratar-se da revelação de Deus ao ser humano, tem-se em mente um determinado conceito de tempo, espaço e meios para se interpretar essa revelação. Durante seÌculos a teologia cristã pensou a revelação a partir de conceitos histoÌricos e temporais especiÌficos, que se perpetuaram no pensamento ocidental mesmo com o advento do racionalismo moderno. No entanto, tais conceitos se modificaram no decorrer do desenvolvimento da filosofia. A ideia de uma revelação de Deus na histoÌria humana tambeÌm foi alvo de mudanças e conflitos. Devido aÌ€ impossibilidade de se pensar a teologia fora desse contexto de mudanças, o presente artigo busca analisar como a revelação de Deus na histoÌria e no tempo foi e tem sido pensada, a partir das transformações do pensamento histoÌrico. Para isso o artigo segue por dois caminhos: o primeiro trata a relação da cieÌ‚ncia histoÌrica com a teologia, desde suas origens ateÌ o iniÌcio de seus conflitos a partir da Modernidade. O segundo caminho procura, a partir da teologia contemporaÌ‚nea, apontar para uma teologia da revelação preocupada em retomar o diaÌlogo com o pensamento histoÌrico, seus problemas, desafios e possibilidades.