Hugo Grotius, ceticismo moral e o uso de argumentos in utramque partem

Revista Veritas

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ISSN: 423955
Editor Chefe: Roberto Hofmeister Pich
Início Publicação: 31/10/1955
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Filosofia

Hugo Grotius, ceticismo moral e o uso de argumentos in utramque partem

Ano: 2011 | Volume: 56 | Número: 3
Autores: Marcelo de Araujo
Autor Correspondente: M. A. | [email protected]

Palavras-chave: Hugo Grotius, Moral, Ceticismo, Justiça

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O uso de argumentos igualmente convincentes tanto emprol quanto contra a veracidade de uma proposição era conhecido naRenascença como in utramque partem. Céticos do início da Modernidadeutilizaram argumentos in utramque partem visando demonstrar que nãose pode fundamentar a moralidade em um terreno sólido, já que osargumentos apresentados em favor da ideia de Justiça poderiam serneutralizados por argumentos igualmente convincentes contra a ideiade Justiça. Nesse artigo, eu argumento que Hugo Grotius tentou refutaresse tipo de ceticismo moral em seus principais escritos filosóficos, Dejure bellic ac pacis e De jure praedae commentarius. Contra os céticos,Grotius procura estabelecer que as razões apresentadas a favor e contraa ideia de Justiça não são incompatíveis entre si.



Resumo Inglês:

The use of equally compelling arguments both for andagainst the truth of a proposition were known in the Renaissance asarguments in utramque partem. Early modern sceptics used argumentsin utramque partem in order to show that one cannot ground moralityon safe grounds, for the arguments which are presented in favor of theidea of justice could be neutralized by equally compelling argumentsagainst the idea of justice. In this paper, I argue that Hugo Grotiustried to refute this kind of moral scepticism in his main philosophicalwritings, De jure bellic ac pacis and De jure praedae commentarius.Against the sceptic, Grotius seeks to establish that the reasons whichare consecutively presented for and against the idea of justice are notincompatible with each other.