No inÃcio do quarto livro do EmÃlio, Rousseau faz uma alusão ao modo como vivemos e a forma como aproveitamos nossa vida. Para Rousseau, não conseguimos aproveitar como deverÃamos nossas vidas, pois ficamos perdidos sem saber o que fazer. Por isso, ela parece ser tão curta, pois sempre estamos a nos queixar das oportunidades que deixamos passar, as oportunidades que desperdiçamos. Isto causa um grande impacto em nossas mentalidades à medida que o tempo passa, pois vamos descobrindo o quanto poderÃamos ou não ter realizado determinadas atividades.
Ao referir-se ao modo como vivemos, ao modo como aproveitamos a vida, ao modo como desfrutamos da vida na terra Rousseau nos remete a idéia de que há uma possibilidade de termos uma nova experiência de existência num momento posterior ao terreno. Sabe-se que Rousseau nasceu numa famÃlia de raÃzes protestantes. Quando adolescente ainda, sonha em ser ministro evangélico, vontade a qual não pode ser realizada, pois não possuÃa recursos financeiros para os estudos necessários para tal intento. Desfrutando de poucos recursos, e de um sentimento de inferioridade decorrente da pobreza, resolve procurar o cura de Confignon, Senhor de Pontverre, que tratava de reconduzir ao seio da igreja católica os jovens calvinistas de Genebra, para poder assim, resolver seus problemas materiais. A partir daà é conduzido à senhora de Warens, com a qual obterá um apoio material e formativo. Constata-se desta forma, a relação de Rousseau, nos primeiros anos de sua vida com o espÃrito do cristianismo. Primeiro com o protestantismo calvinista e depois com o catolicismo. A presença do sagrado, de Deus é evidente. No percurso, do seu livro o EmÃlio várias passagens evidenciam isto.