As cidades históricas convivem com o conflito entre a tentativa de preservação de seu patrimônio e a necessidade de inserção nas dinâmicas contemporâneas, contrapondo o enraizamento na tradição à “liquidez” que permeia a realidade atual. Este contexto exige a criação de novas identidades, que possam se estruturar dentro da dialética entre o passado e o presente. O objetivo deste artigo é interpretar as transformações pelas quais a cidade de Tiradentes (MG) tem passado, a partir das perspectivas desveladas pelos conceitos de “tradições inventadas” proposto por Hobsbawm e de “lugares de memória”, desenvolvido por Pierre Nora. Destaca-se, neste caso, o papel dos festivais e eventos– em especial a Mostra de Cinema – na construção de uma nova identidade, que articula história e contemporaneidade