Este estudo tem como objetivo examinar como ocorre o processo de construção da identidade das
meninas negras no cotidiano escolar e, identificar e compreender de que forma meninas negras
constituem suas identidades, e como estas subjetividades, se manifestam na escola. A hipótese
desse estudo apoia-se na percepção de que, apesar dos avanços em relação a conscientização
e respeito pelas questões étnico-raciais, conduzidos, principalmente, pelos movimentos sociais,
ainda prevalecem práticas racistas que não mencionam as Histórias da África, dos africanos e os
afrodescendentes no Brasil, ou informa de maneira estereotipada, e por isso, acreditamos que a
constituição da identidade de meninas negras é prejudicada neste processo escolar. O universo
desta pesquisa sendo de cunho qualitativo, definiu-se pela análise e reflexão crítica de obras (teses,
dissertações, artigos e livros) que versam sobre a temática de identidade étnico-racial e de gênero
e, também sobre conscientização, assim como conscientização negra. Os sujeitos deste estudo
serão mulheres negras, sendo este grupo composto por cinco mulheres negras na faixa etária
acima dos 25 anos de idade, com diversos perfis para a obtenção do melhor resultado possível,
cujo perfis selecionados foram: perfil intelectual, militante, pessoa comum, idosa e recém-formada.
Essas depoentes retomaram momentos significativos da sua história relacionada com sua passagem
pela escola. A metodologia utilizada foi de cunho qualitativo, como dito anteriormente, e entrevista
semiestruturada. O estudo se fundamentou nos seguintes autores: MUNANGA (1986 e 2004);
referências para fundamentar questões raciais e de racismo. LOURO (2000), referências para
fundamentar gênero e raça. PAULO FREIRE (1983 e 1996); referências para a fundamentação das
categorias de análise: Liberdade, opressão; autonomia; conscientização.