Ao longo da história, a escrita feminina tem manifestado traços recorrentes. Um deles, muito notável, é a própria denúncia da censura da escrita feminina, presente em notáveis manifestações de não consentimento, resistência e afirmação de suas identidades. Este artigo faz uma leitura do conto “O papel da parede amarelo” (1892), da estadunidense Charlotte Perkins Gilman (1860-1935), valendo-se de uma abordagem intertextual à luz de outros artefatos culturais, como o livro-diário Quarto de despejo (1960), da brasileira Carolina Maria de Jesus (1914-1977), o romance distópico O conto da aia (1985), da canadense Margaret Atwood (1939), o romance Voragem (1928-30) do escritor japonês Junichiro Tanizaki (1886-1965), e o conto “Diário de um louco” (1835) do escritor russo Nikolai Gógol (1802-1852).