Este artigo apresenta uma reflexão sobre democracia, cidadania e identidade em um contexto de mundialização da cultura, abordando, a partir da problematização de alguns paradigmas das Ciências Sociais, a especificidade de tais questões no contexto político brasileiro. Trata-se, mais especificamente, das relações entre Estado e participação política durante as ocupações de escolas promovidas pelos secundaristas do Estado de São Paulo em 2015, passando, ainda, pelas chamadas Jornadas de Junho de 2013. Atenta-se à postura vertical adotada pelo governo paulista, ao determinar a “reorganização escolar”, e a contrapartida dos estudantes, através do movimento de ocupação ao longo de mais de dois meses no final do referido ano. A articulação das ocupações foi engendrada com base no emprego de “redes sociais”, na organização horizontal e autonomista do espaço escolar e na tentativa de diálogo com o governo; sua análise evidencia uma significativa possibilidade de participação política.
This article presents a reflection on democracy, citizenship and identity in a context of culture’s globalization, approaching the specificity of such issues in the Brazilian political context from the problematization of some paradigms of Social Sciences. We treat, more specifically, the relationship between State and political participation during the occupations of schools promoted by secondary school students in the State of São Paulo in 2015, and also yet by the so-called Days of June 2013. We focus on the vertical position adopted by the government of São Paulo, when determining the "school reorganization", and the students' counterpart, through the movement of occupation over more than two months at the end of that year. The articulation of occupations was engendered based on the use of "social networks", in the horizontal and autonomous organization of the school space and in the attempt to dialogue with the government; its analysis shows a significant possibility of political participation.