Analisamos o projeto, a produção e
a recepção de Soy Cuba (Mikhail Kalatosov,
1964), co-produção cubanosoviética.
Por meio da análise de artigos,
cartas e depoimentos, refletimos
sobre as tensões que permearam a
realização do filme, entre 1961 e 1964,
face aos acontecimentos polÃticos e à s
mudanças nas relações entre Cuba e
URSS, no contexto da crise dos mÃsseis.
Abordamos a participação de cada um
dos paÃses nessa co-produção, bem
como elementos da narrativa e da estética
que contribuÃram para a atribuição
de determinados sentidos polÃticos Ã
obra e sua condenação, em Cuba e na
URSS, pela crÃtica e pelos institutos
que a produziram. Dialogamos ainda
com a análise histórica e a memória
construÃda sobre o filme, presentes
no documentário Soy Cuba, o mamute
siberiano (Vicente Ferraz, 2004).
We analyze the design, production and
reception of the film Soy Cuba (I am Cuba;
Mikhail Kalatosov, 1964) a Cuban-Soviet
co-production. Through the analysis of
articles, letters and testimonials we reflect
on the tensions that surrounded the making
of the film, between 1961 and 1964, due to
political events and changes in the relations
between Cuba and the USSR in the context
of the Cuban Missile Crisis. We discuss the
participation of each of these countries in
this co-production as well as narrative and
aesthetic elements that contributed to the
attachment of specific political interpretations
of the work and its condemnation,
in Cuba and in the USSR, by critics and
by the institutions that produced it. We
also discuss the historical analysis and
memory built around the film, present in
the documentary Soy Cuba, The Siberian
Mammoth (Vicente Ferraz, 2004).