Igreja e Estado nas Minas setecentistas: as festividades e a afirmação do poder régio

Opsis

Endereço:
AV. DR. LAMARTINE PINTO DE AVELAR 1120 Caixa Postal: 536
Catalão / GO
75704120
Site: http://www.revistas.ufg.br/index.php/opsis
Telefone: (64) 3441-5309
ISSN: 15193276
Editor Chefe: Teresinha Maria Duarte
Início Publicação: 30/04/2001
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

Igreja e Estado nas Minas setecentistas: as festividades e a afirmação do poder régio

Ano: 2013 | Volume: 13 | Número: 2
Autores: R. S. Dias, J. X. Araújo
Autor Correspondente: R. S. Dias | [email protected]

Palavras-chave: Igreja, Estado, poder, festas / Church, State, power, parties / Iglesia, Estado, poder, fiestas.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo tem como objetivo discutir o uso político das festas nas
Minas setecentistas, notadamente as alusivas às comemorações de nascimentos,
casamentos, exéquias régias, e do Triunfo Eucarístico como forma de afirmação
do poder monárquico na capitania das Minas do Ouro. Não que as festas não
pudessem ser “lidas” de outras maneiras pela população, pois como espaços de
ambiência múltipla, essas poderiam ser reinterpretadas pelos seus habitantes,
notadamente pelos escravos africanos, que as liam segundo seus padrões cul-
turais. Contudo, nota-se por parte da coroa – através da ritualização, do uso
de símbolos políticos, das encenações do poder e da manutenção da hierarquia
social nos cortejos – o desejo de afirmação dos laços de dependência e submissão
dos vassalos ao rei, e de construção da imagem do monarca como pai, cabeça do
eino, aspecto imprescindível à cultura política do Antigo Regime. Acredita-se
que a monarquia lusitana se utilizou da política dos afetos na capitania das Mi-
nas do Ouro como forma de produzir o que Ansart definiu como “sentimentos
políticos conformes”, ou seja, uma relação de dependência, de aproximação da
população ao rei, fazendo-os aceitar o seu poder. As comemorações de festas
régias demonstram a construção dessa relação simbólica, e política, entre a coroa
e a população residente no planalto mineiro setecentista.



Resumo Inglês:

This article aims to discuss the political use of parties in the eighteenth
century Minas Gerais especially related to celebrations of birth, weddings, royal
funerals and the Eucharistic Triumph as a way of affirming the monarchical
power in the captaincy of Minas of gold. It does not mean that the parties could
not be “read” by the population in other ways but as multiple ambience spaces,
they could be reinterpreted by the inhabitants especially by African slaves who
“read” according to their culture. However, we could notice the Crown’s desire
to affirm the ties of dependence and submission of the vassals to the king and
the monarch’s image construction as a father, head of the kingdom, the essential
aspect of the political culture of the Old Regime through ritualization, the use
of political symbols, of the power enactments and maintenance of the social hi-
erarchy in the parades. It is believed that the Portuguese monarchy used politics
of affection in the captaincy of Minas Gerais as a way to produce what Ansart
defined as “political feelings` line” i.e., a dependency relationship, approaching
the king to the population making them accept his power. The celebrations
of royal feasts demonstrate the construction of this symbolic relationship and
politics between the Crown and the population living in the eighteenth century
Minas Gerais plateau.



Resumo Espanhol:

Este artículo tiene como objetivo discutir el uso político de las fies
-
tas en las Minas setecentistas, especialmente las alusivas a las conmemoraciones
de nacimientos, bodas, exequias regias, y del Triunfo Eucarístico como forma
de afirmación del poder monárquico en la capitanía de las Minas de Oro. No
que las fiestas no pudiesen ser “leídas” de otras maneras por la población, pues
como espacios de ambiencia múltiple, esas podrían ser reinterpretadas por sus
habitantes, especialmente por los esclavos africanos, que las leían segundo sus
padrones culturales. Con todo, se nota por parte de la corona – a través de la
ritualización, del uso de símbolos políticos, de las escenificaciones del poder y de
la manutención de la jerarquía social en los cortejos – el deseo de afirmación de
los lazos de dependencia y sumisión de los vasallos al reye, y de construcción del
imagen del monarca como padre, cabeza del reino, aspecto imprescindible a la
cultura política del Antiguo Régimen. Se cree que la monarquía lusitana se uti-
lizó de la política de los afectos en la capitanía de las Minas de Oro como forma
de producir el que Ansart definió como “sentimientos políticos conformes”, o
sea, una relación de dependencia, de aproximación de la población al reye, haci
éndolos aceptar su poder. Las conmemoraciones de fiestas regias demuestran la
construcción de esa relación simbólica, y política, entre la corona y la población
residente en el altiplano minero setecentista.