Embora os trabalhos sobre a globalização tenham se multiplicado a partir dos anos de 1990, as
pesquisas empÃricas sobre esse tema, em sociologia, continuam bem pouco numerosas. A partir do
caso das artes plásticas contemporâneas, revela-se como os discursos tão correntes no mundo da
arte, sobre a globalização, a mestiçagem e a abolição das fronteiras, assinalam uma grande
medida de ilusão. Explicitando as posições ocupadas pelos diferentes paÃses no domÃnio artÃstico,
aparece uma hierarquia muito marcada, que revela que, do outro lado do desenvolvimento das
trocas internacionais, subsiste em particular um centro com contornos bem definidos composto por
alguns paÃses ocidentais, entre os quais os Estados Unidos e a Alemanha, que ocupam as melhores
posições, e uma vasta periferia, composta por todos os paÃses que não pertencem à quele primeiro
grupo. O exemplo analisado empiricamente neste artigo permitirá reconsiderar as pesquisas –
essencialmente abstratas, em sua na maior parte – realizadas até hoje sobre a globalização
cultural.