Este artigo tem como interesse discutir a imagem como elemento cambiador de afetos e reconhecimento de si entre pesquisador e interlocutores ocorridos durante a pesquisa de doutoramento em Sociologia. Esta pesquisa de campo deu-se no município de Baía Formosa localizado no Rio Grande do Norte, importante produtor de pescado do Estado. Durante o fieldwork foi realizada uma exposição fotográfica na Colônia de Pescadores local, onde os comunitários puderam observar, contemplar e interpretar as imagens que retratavam o cotidiano da comunidade. Sentimentos socialmente construídos como alegria, orgulho, surpresa e gratidão puderam ser observados entre os visitantes da exposição, o que ocasionou eventos singulares para análise antropológica no campo da imagem, a saber, a apropriação dos múltiplos sentidos em jogo pelos visitantes e analisados pela démarche do reconhecimento de si, do outro e a dimensão cultural da memória social. Pode-se afi rmar que as imagens oferecem que as imagens ofereceram subsídios para estabelecer vínculos de reconhecimento entre pesquisador e os comunitários. As imagens produzidas em campo retratavam o cotidiano do mundo da pesca, a descrição da cultura costeira, como objetos de trabalho, embarcações, festividade religiosa e relações familiares e de vicinalidade. Entende-se, a partir do estudo do caso aqui mencionado, que as imagens produzidas em campo foram elementos interessantes na construção de reconhecimentos entre pesquisador e nativos, no sentido de elaborar afetividades – emoções – entre os agentes envolvidos.