As cartas escritas pelos emigrantes constituem um universo documental de acesso muito restrito porque, além de serem documentos do foro privado, não se conhecem espólios disponÃveis para análise, nem investigação sobre essa problemática que liga o Brasil a Portugal. Assim, o estudo da emigração portuguesa, no século XIX, a partir da correspondência enviada do paÃs de desembarque, é uma tarefa difÃcil de se realizar. As cartas por nós inventariadas referentes aos processos de passaportes, são dispositivos comunicacionais usados como prova documental sobre a mobilidade de um membro do núcleo familiar. Como documento único, permitem-nos retratar as imagens dos ambientes privados e domésticos. Mas, quando analisadas como um corpo documental, temos uma visão sobre emigração e os seus atores, os que partiram e os que ficaram na aldeia.