Apesar da freqüente discussão, tanto nos meios acadêmicos quanto nos midiáticos, envolvendo a crise da imagem documental, na esteira da propalada crise da cultura documental como um todo, não há como negar a proliferação de imagens e o incremento de uma produção assumida com esse propósito no universo das relações comunicacionais, seja ele impresso ou digital. Se, no domÃnio da arte, a ação hegemônica contemporânea consiste na desestabilização figurativa das imagens, do lado das mÃdias de produção massiva, afirma-se a sua estabilização como condição
fundante do ato de documentar. Este trabalho não visa abordar as várias concepções de documental, porque parte do pressuposto de que esse aspecto se apresenta como resultado de estratégias figurativo-enunciativas de “fazer crerâ€, responsáveis por múltiplos regimes de sentido. De suas escolhas e agenciamentos decorrem modalidades interacionais amparadas na mediatez ou imediatez dos processos compreensivos, num sistema de valores condicionantes do ato comunicativo que coloca em evidência as funções prática, cognitiva, afetiva ou fiduciária (calcada em regimes de crença)
das mediações simbólicas. A questão mais geral que norteia o
presente texto é indagar como as diferentes mÃdias, do fotográfico ao virtual, operam com essas imagens e que tipos de implicações comunicacionais promovem.