Este artigo tem como objetivo propor uma nova leitura do filme A Canção de Lisboa (1933) realizado por Cottinelli Telmo a partir da análise do papel da música e do som no filme. O estudo do filme teve por base um levantamento documental e um conjunto de visionamentos de uma cópia digital de acordo e do qual resultaram alguns instrumentos descritivos. Tendo em conta que se trata do primeiro filme sonoro inteiramente produzido em Portugal, a análise do filme de 1933 será precedida de uma primeira parte, de contextualização, em que são apresentadas algumas das possibilidades exploradas na transição do mudo para o sonoro em contexto nacional.