Este trabalho visa analisar comparativamente dois filmes brasileiros emblemáticos do perÃodo em que foram produzidos, separados entre si por mais de trinta anos, a partir da representação que cada um deles faz do povo brasileiro: Terra em transe, de Glauber Rocha (1967) e Central do Brasil, de Walter Salles (1998). Apesar das evidentes diferenças de ordem polÃtica e ideológica, principalmente com respeito à relação entre indivÃduo e coletividade e ao papel desempenhado pela religião na representação do popular, pode ser percebida a semelhança das representações analisadas no que concerne a uma retórica imobilista, bem como à evidência da distância crescente entre povo e Estado no Brasil.