Dentre as diversas esferas brasileiras afetadas pelos vetores privados da religião, encontra-se o Estado nacional que se declara laico. Estando então a laicidade estatal brasileira problematizada pela atuação de religiosos na esfera pública, além de compreender os desafios inerentes e a formatação que esse processo adquire, torna-se significativamente relevante analisar os contornos que as questões de gênero adquirem a partir dessa imbricação. Assim, tendo por referência a atuação do conjunto de parlamentares federais que se declaravam evangélicos/as na 54ª Legislatura, esse artigo propõe-se a identificar os limites da laicidade no Brasil a partir da agenda parlamentar como, por exemplo, a atuação desses sujeitos frente à propositura e aprovação de projetos de leis e políticas públicas que contrariam os preceitos religiosos, sobretudo dos temas e aportes ligados às sexualidades e direitos reprodutivos.