Este documento discute o surgimento da ideia de clima subtropical na América do Sul sob as perspectivas imperial e tecnológica da climatologia alemã e do Império Habsburgo, além de seus entrelaçamentos com a colonização alemã na região entre os séculos XIX e XX. Estes dois Impérios da Europa central encorajaram estudiosos a construir o campo da climatologia científica a fim de abordar as agendas imperiais dentro de seus domínios ou onde quer que eles tivessem algum grau de influência. O sul da América do Sul tornou-se desde então um foco de pesquisa climática, já que os interesses imperiais se expandiram para a região do sul da América do Sul especialmente a partir da colonização florestal perpetrada por grupos falantes do alemão. Este estudo assume que, ao invés de ser uma noção climatológica naturalizada, o subtropical convergiu para uma gama de possibilidades de construção imperial, cuja perspectiva contribuiu para as origens do conceito climatológico. A ideia do subtropical na América do Sul implicou e confirmou as desigualdades raciais, sociais e ambientais e fundamentou o desenvolvimento ulterior da região. Em uma tentativa de descentralizar as narrativas eurocêntricas, a intenção deste artigo é colocar o subtropical em uma arena global de determinação, enfatizando as instâncias coloniais do clima e, ao mesmo tempo, evidenciando às resistências a este processo.
This paper discusses the emergence of the subtropical climate in South America under the imperial and technological perspectives of German and Habsburg climatology and its intertwinements with German colonization in the region between the 19thand 20thcenturies. German and Habsburg empires encouraged scholars to construct scientific climatology in order to address imperial agendas within their domains or wherever they had some degree of influence. Southern South America became since then a hotspot for climate research, since imperial interests expanded towards the Cono Sur region especially through German forest colonization. This study assumes that rather than being a naturalized climatologic notion, the subtropical converged into anarray of possibilities for global empire building, the perspectivation of which contributed to the emergence of the climatological concept. The idea of the subtropical in South America entailed and confirmed racial, social and environmental inequalities and grounded the ulterior development of the region. In an attempt to decenter Eurocentric narratives, the intention of the paper is to set the subtropical into a global arena of determination by emphasizing the colonial instances of climate colonization and thereby bringing on contested climatic geographies.