Este texto tematiza a questão do governo da população em contextos de imigração. Para tanto, discutimos as diferentes estratégias de governo adotadas em relação a grupos imigrantes, a partir da análise de contextos distintos de imigração apresentados por Seyferth (1997), Sayad (1998), Stolcke (1993) e Fassin (2003), buscando demonstrar como, em cada contexto apresentado, estados-nações mantiveram formas de controle disciplinar e atos de governamentalidade em relação aos imigrantes (FOUCAULT, 1998, 2004, 2005, 2009) visando sustentar-se enquanto tal. Nesse sentido, discutimos também as formas como, em cada contexto, a imigração é significada, bem como as formas como as lutas de representação (CHARAUDEAU, 2009; CHARTIER, 1990) dos grupos em contato incidem sobre estes significados e, consequentemente, sobre os procedimentos disciplinares e os atos de governo da população imigrante. A partir dessa análise, evidenciamos as formas como diferentes significados a imigração pode assumir e a forma como são produzidos os processos de identificação dos imigrantes em diferentes enquadres espaço-temporais.
This text is about the issue of population governance in immigration contexts. To this end, we discuss the different governance strategies adopted in relation to immigrant groups, based on the analysis of distinct immigration contexts presented by Seyferth (1997), Sayad (1998), Stolcke (1993) and Fassin (2003), seeking to demonstrate how, in each context presented, nation-states maintained forms of disciplinary control and acts of governmentality towards the immigrants (FOUCAULT, 1998, 2004, 2005, 2009) to support themselves as such. In this sense, we also discuss the ways in which, in each context, immigration is meant, as well as the ways in which the struggles for representation (CHARAUDEAU, 2009; CHARTIER, 1990) of the contact groups affect these meanings and, consequently, the disciplinary procedures and acts of government of the immigrant population. From this analysis, we highlight the ways in which different meanings immigration can take and how the identification processes of immigrants in different spatiotemporal frameworks are produced.