Impacto da Disponibilização de Stents Farmacológicos para Pacientes do Sistema Único de Saúde nas Indicações de Revascularização Miocárdica

Revista Brasileira De Cardiologia Invasiva

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Telefone: (11) 3849-5034
ISSN: 1041843
Editor Chefe: Áurea Jacob Chaves
Início Publicação: 31/12/1992
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Impacto da Disponibilização de Stents Farmacológicos para Pacientes do Sistema Único de Saúde nas Indicações de Revascularização Miocárdica

Ano: 2011 | Volume: 19 | Número: 3
Autores: Rodrigo Lagny de Castro Oliveira, Luiz Heitor Demolinari Jr., Gustavo Adolfo Bravo Rando, Paulo Cesar Moraes, Guilherme Abdalla, Alexandre da Silva Medeiros
Autor Correspondente: Rodrigo Lagny de Castro Oliveira | [email protected]

Palavras-chave: Procedimentos cirúrgicos cardíacos, Doença das coronárias, Angioplastia. Stents, Stents farmacológicos, Sistema Único de Saúde.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Os stents farmacológicos (SFs) ainda não estão
disponíveis para uso clínico em pacientes do Sistema Único
de Saúde (SUS). Este estudo teve como objetivo avaliar
o quanto a disponibilidade de SFs para utilização em pacientes
do SUS poderia impactar na conduta do cardiologista
intervencionista com relação à indicação de revascularização
miocárdica, cirúrgica ou percutânea. Métodos: Análise
retrospectiva dos casos submetidos a revascularização
cirúrgica pelo SUS em 2010 na Santa Casa de Misericórdia
de Barra Mansa (Barra Mansa, RJ, Brasil). As coronariografias,
classificadas pelo SYNTAX Score, foram submetidas
à avaliação de três cardiologistas intervencionistas,
juntamente com o seguinte questionário: 1) Concorda com
a indicação inicial de cirurgia? 2) Utilizando SF, considera
que a intervenção coronária percutânea (ICP) seria tão benéfica
quanto ou superior à cirurgia? 3) Caso optasse pelo implante
de SF, quantos seriam utilizados? 4) Com SF, a revascularização
seria completa? Foram excluídos os casos de revascularização
cirúrgica prévia, plastia/troca valvar concomitante,
e resposta “não” à questão 1 do questionário. Resultados:
O estudo incluiu 67 pacientes, com média de idade
de 59,7 + 9,8 anos, 59,7% do sexo masculino e 38,8%
diabéticos. Em 29,8% a ICP foi considerada o procedimento
de escolha, com revascularização completa em 90% dos
casos e uso médio de 1,82 + 0,83 stent por paciente. De
acordo com o SYNTAX Score, a ICP foi indicada em 66,6%
dos pacientes com escore < 23, em 23% dos pacientes com
escore entre 23 e 32, e em nenhum paciente com escore
> 32. Conclusões: A disponibilização de SF para pacientes
do SUS pode influenciar significativamente as indicações
de revascularização miocárdica percutânea, principalmente
naqueles com SYNTAX Score < 23.



Resumo Inglês:

Drug-eluting stents (DES) are still not accessible
for patients from the Public Healthcare System (PuHS).
This study aimed to evaluate how the availability of DES for
use in PuHS patients could impact the conduct of the interventional
cardiologist regarding the indication for percutaneous
or surgical myocardial revascularization. Methods: Retrospective
analysis of PuHS patients undergoing surgical revascularization
at Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa (Barra
Mansa, RJ, Brazil) in 2010. Coronary angiographies classified
by the SYNTAX score were submitted to the evaluation of
3 interventional cardiologists who answered the following
questionnaire: 1) Do you agree with the initial indication
for surgery? 2) If a DES was available, do you believe the
percutaneous coronary intervention (PCI) would be as beneficial
as or superior to surgical revascularization? 3) If you
decide to use DES, how many would be used? 4) After using
DES, would revascularization be complete? Patients submitted
to previous surgical revascularization, concomitant valvoplasty/
valve replacement and a negative answer to question
1 were excluded. Results: A total of 67 patients were
included, with mean age of 59.7 + 9.8 years, 59.7% were
male and 38.8% diabetics. PCI was the therapy of choice
in 29.8%, with complete revascularization in 90% of the
cases and a mean use of 1.82 + 0.83 stents per patient.
According to the SYNTAX score, PCI was indicated in 66.6%
of the patients with a score < 23, in 23% of the patients
with a score from 23 to 32 and none of the patients with
a score > 32. Conclusions: The availability of DES for PuHS
patients may significantly influence indications for percutaneous
coronary revascularization, especially among those
with a SYNTAX score < 23.