Impacto da Obesidade nos Resultados Hospitalares da Intervenção Coronária Percutânea: Resultados do Registro do Hospital Bandeirantes

Revista Brasileira De Cardiologia Invasiva

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Site: http://www.rbci.org.br/
Telefone: (11) 3849-5034
ISSN: 1041843
Editor Chefe: Áurea Jacob Chaves
Início Publicação: 31/12/1992
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Impacto da Obesidade nos Resultados Hospitalares da Intervenção Coronária Percutânea: Resultados do Registro do Hospital Bandeirantes

Ano: 2011 | Volume: 19 | Número: 4
Autores: Leonardo dos Santos Coelho, Marcelo José de Carvalho Cantarelli, Hélio José Castello Jr., Silvio Gioppato, Rosaly Gonçalves, João Batista de Freitas Guimarães, Evandro Karlo Pracchia Ribeiro, Patrícia Teixeira da Silva, Roberto Simões de Almeida, Júlio Cesar Francisco Vardi, Rodrigo Barreto, Ricardo de Gasperi
Autor Correspondente: Leonardo dos Santos Coelho | [email protected]

Palavras-chave: Obesidade, Angioplastia, Stents.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Pacientes obesos podem apresentar melhor
evolução pós-intervenção coronária percutânea (ICP) quando
comparados àqueles com índice de massa corporal (IMC)
normal, o chamado “paradoxo da obesidade”. Este estudo
teve por objetivo verificar se esse paradoxo ocorre em nosso
meio. Métodos: Incluímos neste estudo 4.957 pacientes
submetidos consecutivamente a ICP. Os pacientes foram
classificados em não-obesos (IMC < 30 kg/m²) e obesos
(IMC > 30 kg/m²). Eventos cardíacos e cerebrovasculares
adversos maiores (ECCAM) foram registrados na alta hospitalar.
Resultados: O grupo de obesos apresentou-se três
anos mais jovem, com maior prevalência de fatores de
risco para doença arterial coronária, à exceção do tabagismo.
A apresentação clínica foi semelhante, prevalecendo
os quadros clínicos estáveis. Predominaram os pacientes
com acometimento uniarterial, as características de complexidade
das lesões não diferiram entre os grupos, à exceção
de lesões calcificadas, e a disfunção ventricular
esquerda foi menos frequente no grupo de obesos. O diâmetro
e a extensão dos stents utilizados foram semelhantes
entre os grupos. A taxa de sucesso do procedimento foi alta
e similar para obesos e não-obesos. Na alta hospitalar, a
incidência de ECCAM (2,5% vs. 2,7%; P = 0,76), óbito
hospitalar (1% vs. 1,1%; P = 0,88), acidente vascular cerebral
(0,1% vs. 0,1%; P = 0,79), infarto agudo do miocárdio
(1,6% vs. 1,8%; P = 0,74) e revascularização miocárdica
de emergência (0 vs. 0,1%; P = 0,35) não mostrou diferenças
entre os grupos. Idade, diabetes, hipertensão e lesões tipo
B2/C foram as variáveis que melhor explicaram a presença
de ECCAM. Conclusões: Em pacientes portadores de doença
arterial coronária e submetidos a ICP, o IMC > 30 kg/m² não
influenciou o risco de eventos clínicos hospitalares relacionados
ao procedimento.



Resumo Inglês:

Obese patients may have better outcomes after
percutaneous coronary intervention (PCI) compared to those
with normal body mass index (BMI), the so-called “obesity
paradox”. This study was aimed at evaluating whether this
paradox is observed in our country. Methods: This study
included 4,957 consecutive patients submitted to PCI. Patients
were classified as non-obese (BMI < 30 kg/m²) and obese
(BMI > 30 kg/m²). Major adverse cardiac and cerebrovascular
events (MACCE) were recorded at hospital discharge.
Results: The obese group was three years younger, with
a higher prevalence of risk factors for coronary artery disease,
except for smoking. Clinical presentation was similar,
with a predominance of stable coronary patients. Single
vessel disease was the most frequent finding and the complexity
of the lesions was not different between groups,
except for calcified lesions, and left ventricular dysfunction
was less frequent in the obese group. Stent diameter and
length were similar between groups. Procedure success rate
was high and similar for obese and non-obese patients. At
hospital discharge, the incidence of MACCE (2.5% vs. 2.7%;
P = 0.76), in-hospital death (1% vs. 1.1%; P = 0.88), stroke
(0.1% vs. 0.1%; P = 0.79), acute myocardial infarction (1.6%
vs. 1.8%; P = 0.74) and emergency CABG (0 vs. 0.1%;
P = 0.35) was not different between groups. Age, diabetes,
hypertension and type B2/C lesions were the variables that
best explained MACCE. Conclusions: In patients with coronary
artery disease undergoing PCI, BMI > 30 kg/m² did
not influence the risk of procedure-related in-hospital clinical
events.