Este ensaio identifica e discute as influências, as oportunidades e as fragilidades expostas pela pandemia do vírus Sars-Cov-2 (COVID-19) na mobilidade urbana, com foco nas políticas públicas brasileiras. Para tanto, apresentam-se o contexto de urbanização, os conceitos de mobilidade urbana e de sustentabilidade, além dos dados estatísticos. Como principais resultados, o estudo demonstra como a COVID-19 atingiu, principalmente, a população cujas condições socioeconômicas e de mobilidade prévias à crise já eram frágeis. Este estudo, também, expõe os riscos de retrocessos regulatórios relacionados à mobilidade sustentável, proporcionados pela pandemia e as oportunidades geradas em termos de redução de emissões, com a adoção de soluções de digitalização, como o teletrabalho. Conclui-se que há relação direta entre a COVID-19 e os aspectos socioeconômicos e que a pandemia reforça a necessidade de se revisitar políticas públicas, bem como de se incentivar cooperações público-privadas que permitam o desenvolvimento de cidades inteligentes e sustentáveis.