Este artigo pretende analisar a relação entre velhice e educação nos programas de educação de jovens e adultos (EJA), levando em conta, essencialmente, duas teses: a da exclusão da velhice do projeto educacional brasileiro, e a da funcionalidade do sistema educacional ao sistema produtivo, verificada na sociedade capitalista. Nesta relação, serão consideradas, especificamente, três problemáticas principais de análise: 1) o caráter homogêneo das práticas educacionais verificadas nos programas de EJA, que atendem a um público heterogêneo quanto à faixa etária; 2) a inexistência de uma polÃtica educacional especÃfica para a velhice no Brasil e 3) a não-contemplação, em leis como a LDB e o Estatuto do Idoso, do analfabetismo como um problema social que afeta principalmente os idosos. Tais problemáticas revelam, em essência, o descaso do Estado brasileiro para com a “questão social da velhiceâ€, no que se refere a direito à educação, que é (ou deveria ser) universal e não restrito. Como metodologia de análise, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e a análise de conteúdo.